
Deixemos aos filósofos dogmáticos a árdua tarefa de velar verdades, e aos historiadores a liberdade poética de contar os fatos. A nós, livres pensadores resta-nos dissecar filosofia e história, na tentativa de encontrar as verdades nos fatos.
Recentemente, em um de nossos prazerosos encontros do Grupo de Leitura (Clube do Livro), onde a proposta era (e foi) discutir a obra e o pensamento de Eduardo Galeano em “As Veias Abertas da América Latina”, inevitavelmente a discussão tomou em dado momento o aspecto de preocupação social e, como cidadão inserido nesse contexto, valho-me do direito de expressão para provocar uma discussão menos ideológica e discursiva, e mais direta e objetiva, galgada nos fatos e na experiência, na intenção de que uma luz de inteligência e conhecimento adentre os porões escuros de minha ignorância.
A exploração do homem pelo homem já rendeu e vendeu muitos livros e, a própria palavra “exploração” carrega em si mesma uma conotação pejorativa, negativa e de repúdio. Sim claro, nosso instinto natural de liberdade rebate de pronto a palavra e seu significado mais próximo e próprio. No entanto desde os primeiros registros da história da humanidade as relações sempre foram nesse nível, em maior ou menor grau. Descobrir – Conquistar – Dominar - Explorar. Foram sempre as metas das “civilizações” mais “avançadas”. As ditas civilizações menos evoluídas ou pelo menos com menor poder bélico ou de argumentação se viam obrigadas ou catequizadas as vontades da primeira. O velho conhecido instinto de sobrevivência, agora aguçado pelo sentido humano e ciente da necessidade das relações mútuas, empana e dribla com agilidade e sutileza de palavras o que desde os primórdios dos tempos e das relações humanas o homem faz com o outro homem: explorar. Claro que podemos ir além do Aurélio e dar uma nova interpretação e leitura, descobrir e inventar um sinônimo mais agradável e menos agressivo, encontrar alternativas dialéticas para dourar a pílula, mas a realidade pesa mais que toda a nobreza ideológica e o que vemos nos nossos dias não são muito diferentes do que se via no passado, apenas recebeu o requinte do pensamento moderno e das palavras ilusórias. Quanto vale mesmo o conhecimento e o preparo do meu filho na escola? Os cuidados de uma babá? Os tratos de uma enfermeira para com meu velho pai? De quanto (financeiramente) falamos quando nos referimos aos nossos funcionários? Meu carro, minha casa, minha roupa, minha educação, minha alimentação, minha dormida... Tudo é fruto da exploração do homem pelo homem. Se não direta, indiretamente, somos sempre beneficiados por esta exploração. Podemos apelar para a retórica do legal (a lei da procura e da oferta. Os valores de mercado... É o que a Lei determina... etc.). Mas, moralmente, isso justifica os baixos salários - às vezes menos, ou metade do mínimo - em relação à carga horária exercida e os benefícios que essa mão de obra nos traz? A palavra “remuneração” parece de longe substituir a tão temida e negada palavra “exploração”. Trabalha, e trabalhará sempre aquele que precisa, e este sempre estará em desvantagem àquele que o paga, independente de como se conduz essa relação patrão-empregado. Sempre houve, e tudo leva a crer que sempre haverá os que comandam e os que são comandados.
Cabe, entendo eu, a pergunta; Não é essa exploração a responsável direta da evolução humana? Sem ela não estaríamos todos acendendo fogo pela fricção de gravetos?
Resta-nos descobrir formas mais dignas e humanas de se conduzir estas relações, pois o discurso simplista de igualdade é puramente ideológico.
Recentemente, em um de nossos prazerosos encontros do Grupo de Leitura (Clube do Livro), onde a proposta era (e foi) discutir a obra e o pensamento de Eduardo Galeano em “As Veias Abertas da América Latina”, inevitavelmente a discussão tomou em dado momento o aspecto de preocupação social e, como cidadão inserido nesse contexto, valho-me do direito de expressão para provocar uma discussão menos ideológica e discursiva, e mais direta e objetiva, galgada nos fatos e na experiência, na intenção de que uma luz de inteligência e conhecimento adentre os porões escuros de minha ignorância.
A exploração do homem pelo homem já rendeu e vendeu muitos livros e, a própria palavra “exploração” carrega em si mesma uma conotação pejorativa, negativa e de repúdio. Sim claro, nosso instinto natural de liberdade rebate de pronto a palavra e seu significado mais próximo e próprio. No entanto desde os primeiros registros da história da humanidade as relações sempre foram nesse nível, em maior ou menor grau. Descobrir – Conquistar – Dominar - Explorar. Foram sempre as metas das “civilizações” mais “avançadas”. As ditas civilizações menos evoluídas ou pelo menos com menor poder bélico ou de argumentação se viam obrigadas ou catequizadas as vontades da primeira. O velho conhecido instinto de sobrevivência, agora aguçado pelo sentido humano e ciente da necessidade das relações mútuas, empana e dribla com agilidade e sutileza de palavras o que desde os primórdios dos tempos e das relações humanas o homem faz com o outro homem: explorar. Claro que podemos ir além do Aurélio e dar uma nova interpretação e leitura, descobrir e inventar um sinônimo mais agradável e menos agressivo, encontrar alternativas dialéticas para dourar a pílula, mas a realidade pesa mais que toda a nobreza ideológica e o que vemos nos nossos dias não são muito diferentes do que se via no passado, apenas recebeu o requinte do pensamento moderno e das palavras ilusórias. Quanto vale mesmo o conhecimento e o preparo do meu filho na escola? Os cuidados de uma babá? Os tratos de uma enfermeira para com meu velho pai? De quanto (financeiramente) falamos quando nos referimos aos nossos funcionários? Meu carro, minha casa, minha roupa, minha educação, minha alimentação, minha dormida... Tudo é fruto da exploração do homem pelo homem. Se não direta, indiretamente, somos sempre beneficiados por esta exploração. Podemos apelar para a retórica do legal (a lei da procura e da oferta. Os valores de mercado... É o que a Lei determina... etc.). Mas, moralmente, isso justifica os baixos salários - às vezes menos, ou metade do mínimo - em relação à carga horária exercida e os benefícios que essa mão de obra nos traz? A palavra “remuneração” parece de longe substituir a tão temida e negada palavra “exploração”. Trabalha, e trabalhará sempre aquele que precisa, e este sempre estará em desvantagem àquele que o paga, independente de como se conduz essa relação patrão-empregado. Sempre houve, e tudo leva a crer que sempre haverá os que comandam e os que são comandados.
Cabe, entendo eu, a pergunta; Não é essa exploração a responsável direta da evolução humana? Sem ela não estaríamos todos acendendo fogo pela fricção de gravetos?
Resta-nos descobrir formas mais dignas e humanas de se conduzir estas relações, pois o discurso simplista de igualdade é puramente ideológico.